Paredes com salitre, como resolver?

O “salitre” não é mais que a manifestação da evaporação de água, de paredes, e a sua reacção aos elementos que constituem a argamassa de reboco e até do betão.

Quando esta humidade é causada por infiltrações, o primeiro passo, sem dúvida que é a impermeabilização da causa, sejam nos paramentos verticais, soleiras de janelas, falta de impermeabilização de casas de banho, ou no caso de construções em parede dupla inclusive pela cobertura ou varandas.

Exemplo de parede interior com salitre

Mas grande parte dos casos, esta patologia deve-se a um somatório de factores:

1. Humidade Ambiente – O clima português tem uma humidade residual bastante elevada, com maior destaque nas regiões insulares, zonas de foz de Rios e em toda a orla costeira. E, devido à acção dos ventos, essa humidade ambiente muitas vezes tem alto teor de sal. Não havendo uma compensação da pressão do vapor, essa humidade impregna-se nos rebocos.

2. Qualidade dos Inertes – Embora já estejam disponíveis no mercado nacional argamassas de reboco pré-dosificadas, grande parte do parque habitacional foi (e continua a ser) construído com argamassas de obra, e, a incorrecta seleção dos inertes faz com que muitas vezes as areias utilizadas tenham alto teor de sais, que reagem com o cimento portland.

3. Quantidade de água na construção – No processo de construção são utilizados muitos litros de água, no betão, nas argamassas, nos rebocos. Esta argamassa tem que evaporar, mas de forma natural para evitar retrações precoces. Ao “fechar” heremeticamente as habitações, estamos a impedir a natural evaporação dessa água e a conduzi-la para as zonas das paredes.

4. Humidade Capilar – Com a incorrecta drenagem, falta de impermeabilização das sapatas e pilares e elevada porosidade do betão, quando a casa é aquecida e respectivamente as paredes, existe um sugar da humidade dos elementos estruturais, manifestando-se em salitre.

Independentemente dos casos, a manifestação deve-se ao somatório senão de todas mas de várias causas.

Para se resolver este problema temos que ter em conta três funções essenciais:
– Compensação da Pressão do Vapor, para que a humidade ambiente e residual não penetre nos rebocos;

– Isolamento térmico, para haver um corte térmico entre o ambiente e a parede;

– Impermeabilização, para garantir que a humidade que está no suporte não se manifesta no novo acabamento;

– estabilidade dimensional, não devendo sofrer variações de dimensão nem com a temperatura, nem com a humidade.

Uma das soluções, passa pela aplicação da placa de construção Schlüter Kerdi-Board (
http://www.schluter.pt/media/schlueter_db_12_1_kerdi_board_pt_0715.pdf
) que num só produto faz o isolamento térmico (constituída por xps), compensação de pressão de vapor (contém barreira para vapor em ambas as faces) e impermeabilização (a superfície final é na lâmina de impermeabilização Schlüter – Kerdi).

As placas Kerdi-Board estão disponíveis em várias espessuras, sendo as mais utilizadas para o salitre de 5mm e de 9mm

Como revestimento, estas placas deverão ser revestidas com argamassas à base de gesso com propriedades tixotrópicas, por exemplo Atlas Plasticesed, e pintadas com tinta à base de siloxanos.

Passo a passo na aplicação:

a. Colagem das placas Schlüter Kerdi Board com cimento cola Atlas Geoflex através de pente de 6mm

Se a pintura não estiver devidamente consolidada, recomenda-se a sua remoção.

b. selagem das juntas, através da banda Schlüter Kerdi-Keba colada através da cola Schlüter Kerdi-Coll

c. Aplicação de barramento tixotrópico Atlas Dolina Niddy Plasticesed ou Atlas GTA

d. Pintura com tinta de base mineral de silicone ou siloxanos

Um vídeo exemplificativo:

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